América Latina (Regional)
Donatários ativos: 2
Recursos da IAF: US$768.687
Contrapartida: US$385.503
Investimento total: US$1.154.190
Áreas de ênfase: Capacitação para praticantes, pesquisa, inclusão de afrodescendentes e indígenas.
Nova doação
Universidad de la Cordillera/Observatorio del Racismo en Bolívia (UNICOR), US$85.675 por um ano; contrapartida comprometida: US$40.995.
Observatórios são agências que monitoram questões sociais e fazem recomendações para reformas. A UNICOR vai apoiar a consolidação e expansão da Rede de Observatórios do Racismo nas Américas e desenvolver em seus membros as habilidades necessárias para documentar o racismo e trabalhar para eliminá-lo na Bolívia, Brasil, Colômbia, Guatemala e México. (LA-174)
Uma rede para combater o racismo
Nos últimos anos, à medida que a retórica do multiculturalismo se espalhou pelas Américas, constituições foram emendadas para celebrar a diversidade e o valor dos direitos de todos os cidadãos. Mas as reformas ainda não conseguiram desmantelar as enraizadas hierarquias que mantêm os indígenas e afrodescendentes da América Latina na parte de baixo da pirâmide social. Padrões de discriminação racial vigentes há séculos estão entranhados no tecido social, assim como a relutância em reconhecer as práticas cotidianas que os perpetuam. Para combater o racismo, é essencial um processo de pesquisa, documentação e análise que exponha seus males, inclusive o impacto sobre o desenvolvimento.
A boa notícia é o surgimento de “observatórios” que estão enfrentando esse desafio em vários países ao monitorar a expressão e incidência do racismo. Vários intercâmbios e conferências organizados em 2010 e 2011 resultaram na formação da Rede de Observatórios do Racismo nas Américas, que incorpora observatórios da Guatemala, Colômbia e Bolívia junto com instituições semelhantes no México e Brasil, o Teresa Lozano Long Institute of Latin American Studies (LLILAS) na Universidade do Texas e o Southern Poverty Law Center, com sede em Montgomery, Alabama, um importante centro do movimento de direitos civis nos Estados Unidos. Além de realizar pesquisas, os profissionais associados a esses observatórios planejam usar os resultados para capacitar acadêmicos e funcionários de organizações da sociedade civil para informar ao público a prevalência do racismo e a necessidade de adotar estratégias.
A Universidad de la Cordillera (UNICOR), localizada em La Paz, abriga o observatório boliviano. Uma doação da IAF está permitindo que a UNICOR atue como unidade administrativa e coordenadora da rede e apoie sua consolidação e expansão. A UNICOR planeja organizar visitas entre funcionários dos observatórios e realizar workshops que ajudem os membros a adquirir as habilidades e conhecimentos necessários para colaborar e comparar os resultados de suas pesquisas, envolver o público e recrutar outras organizações. O projeto vai expandir o diálogo sobre racismo e resultar em recomendações para reforma e ações de base nos países representados na rede.
Reconhece-se cada vez mais que o racismo está ligado à pobreza e
desigualdade. Ele constitui um obstáculo para a implementação das
reformas politicas e econômicas necessárias para melhorar o bem-estar
dos setores mais marginalizados deste continente, especificamente
indígenas e afrodescendentes. A Rede de Observatórios do Racismo nas
Américas, liderada pela UNICOR, representa uma frente transnacional
contra o racismo e um esforço conjunto para incentivar o respeito e
aceitação de diferenças culturais, para que as comunidades tenham
melhores condições de prosperar num ambiente de coesão social.
—Alejandra Argueta, assistente de programas